sábado, 29 de outubro de 2011

Educadores saem à procura de cursos de capacitação tecnológica

O uso pedagógico da informática tem sido levado às escolas da rede pública de educação básica através do programa Nacional de Tecnologia Educacional, ProInfo, do Ministério da Educação. Muitos educadores, porém, não estão capacitados para utilizá-la. Para atender a essa demanda, o grupo Planetapontocom realiza cursos de mídia-educação, para fornecer um embasamento teórico e técnico a professores de ensino fundamental e médio. Segundo diretora da Planetapontocom, Silvana Gontijo, muitos educadores sentem vergonha de não dominar o uso das máquinas, “A primeira coisa que lidamos é com o medo da tecnologia. Desconstruímos ela”.

A diretora afirma que os cursos têm o papel de levar o educador preparado a ensinar, prender o aluno através de uma fala que faça sentido. Através da utilização dos meios e tecnologia, o professor é provocado e o faz se voltar aos alunos de uma forma mais atual. “Tentamos fazer com que a experiência de estar na escola, pelo educador, seja mais próxima ao mundo do aluno, mais conectado”, explicou Silvana.

Segundo o MEC, computadores e recursos digitais são levados às escolas, mas em contrapartida estados e municípios devem garantir a estrutura adequada para receber e capacitar professores para o uso. No Planetapontocom são as secretarias de Educação que contratam o serviço para os professores. São cursos de 90 horas no total, com cerca de 500 vagas, onde uma aula é presencial e todas as seguintes são virtuais. Para Silvana, esse é também um método de fazer os educadores se familiarizarem com o digital, “Ao se utilizar do meio, o professor necessariamente aprende a mexer com email, fóruns online, redes sociais”, ressaltou.
Para garantir o aproveitamento das aulas, o professor só recebe o certificado após apresentar o projeto que ele deve construir ao longo do curso. Silvana explicou que não se trata apenas de um curso técnico, básico de informática, “O professor aprende fazendo, proporcionamos ferramentas mais extensas, além do técnico”, destacou. Segundo a diretora, os professores têm um grande repertório de alternativas, ferramenta para desenvolvimento de jogos, técnicas de roteiro para conteúdo, além de ganharem cerca de 8.000 arquivos sonoros ao fazerem o curso. Silvana afirma que os professores saem motivados. "Levam uma sensação de que são capazes, conseguem produzir um vídeo, um telejornal em sala, por exemplo”, ressaltou a diretora.
http://redeglobo.globo.com/globoeducacao/noticia/2011/10/educadores-saem-procura-de-cursos-de-capacitacao-tecnologica.html
Atualizado em 01/10/2011 06h22

sábado, 22 de outubro de 2011

Criar livros de histórias online‏

Um site divertido, criativo, que prende a atenção das crianças e que permite a produção textual ao mesmo tempo!
Aí vai o link:

http://www.storyjumper.com

Em home, clicar em sign-up para fazer o cadastro, confirmar a ativação no seu email, depois clicar em create e no primeiro quadrinho (das formigas) para começar a criar a história.
Dá para colocar o cenário, personagens, texto, etc...

Para criar as salas de aula: Clicar em My e Set-up a new class.
Possível utilização em todos os segmentos.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

ENTREVISTA COM LÉA FAGUNDES SOBRE A INCLUSÃO DIGITAL

Pioneira no uso da informática educacional no Brasil, Léa Fagundes cobra políticas públicas para o setor e defende a ajuda mútua entre professores e alunos.
Segundo a especialista, o caminho mais curto e eficaz para introduzir nossas escolas no mundo conectado passa pela curiosidade, pelo intercâmbio de idéias e pela cooperação mútua entre todos os agentes envolvidos no processo. Sem receitas preestabelecidas e os ranços da velha estrutura hierárquica que rege as relações entre professores e estudantes.

Léa defende a disseminação de softwares livres, sem custo e de fácil acesso pela internet. Consultora de programas federais que visam ampliar a inclusão digital nas escolas brasileiras, a professora pede mais seriedade à classe política: "Os projetos são iniciados e interrompidos periodicamente, pois as sucessivas administrações não se preocupam em dar suporte e continuidade a eles".
A senhora coordena programas ligados à inclusão digital em escolas públicas. Que lições tirou dessa experiência?

Na década de 1980, descobri que o computador é um recurso "para pensar com", e que os alunos aprendem mais quando ensinam à máquina. Em escolas municipais de Novo Hamburgo, crianças programaram processadores de texto quando ainda não existiam os aplicativos do Windows, produziram textos de diferentes tipos, criaram protótipos em robótica e desenvolveram projetos gráficos. Hoje, encontro esses meninos em cursos de ciência da computação, mecatrônica, engenharia e outras áreas. Na Escola Parque, que atendia meninos de rua em Brasília, a informática refletiu na formação da garotada, melhorando sua auto-estima e evidenciando o desempenho de pessoas socialmente integradas. Alguns desses garotos foram contratados como professores e outros como técnicos.

A educação brasileira pode vencer a exclusão digital?

Há excelentes condições para que isso aconteça. No Brasil já temos mais de 20 anos de estudos e experiências sobre a introdução de novas tecnologias digitais na escola pública. Esses dados estão disponíveis. O Ministério da Educação vem criando projetos nacionais com apoio da maioria dos estados, como o Programa Nacional de Informática Educativa (Proninfe) e o Programa Nacional de Informática na Educação (Proinfo). Muitas organizações sociais e comunitárias também colaboram nesse processo.

O que mais emperra o uso sistemático da informática nas escolas públicas?

A falta de continuidade dos programas existentes nas sucessivas administrações. Não se pode esperar que educadores e gestores tomem a iniciativa se o estado e a administração da educação não garantem a infra-estrutura nem sustentam técnica, financeira e politicamente o processo de inovação tecnológica.

Nossas escolas estão preparadas para utilizar plenamente os recursos computacionais?

A escola formal tem privilegiado essa concepção: é preciso preparar a pessoa para que ela aprenda. Mas o ser humano está sempre se desenvolvendo. Assim, as instituições também estão constantemente em processo. Por isso, a escola não precisa se preparar. Ela começa a praticar a inclusão digital quando incorpora em sua prática a idéia de que se educa aprendendo, quando usa os recursos tecnológicos experimentando, praticando a comunicação cooperativa, conectando-se. Mas algumas coisas ainda são necessárias. Conseguir alguns computadores é só o começo. Depois é preciso conectá-los à internet e desencadear um movimento interno de buscas e outro, externo, de trocas. Cabe ao professor, no entanto, acreditar que se aprende fazendo e sair da passividade da espera por cursos e por iniciativas da hierarquia administrativa.


Qual é sua avaliação sobre a proliferação de centros de educação a distância?

Nestes tempos de transição vamos conviver com projetos honestos e desonestos, alguns bem orientados e outros totalmente equivocados. O pior dos males é a voracidade do mercado explorador da educação a distância. Espero que a própria mídia tecnológica dissemine informações para o público interessado ter condições de analisar esses centros. É importante discriminar os cursos consistentes dos que "vendem ensino", ou seja, que reproduzem o ensino da transmissão, fora de contexto, em que o aluno memoriza sem compreender.


Léa da Cruz Fagundes
Gaúcha, com 58 anos de magistério, a coordenadora do Laboratório de Estudos Cognitivos do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul dedica-se há mais de 20 anos à informática educacional. Psicóloga com mestrado e doutorado com ênfase em informática e conferencista internacional requisitada, Léa Fagundes preside atualmente a Fundação Pensamento Digital, organização não governamental que dissemina a computação entre populações carentes.

(revista Nova Escola)

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Por que e como incluir o uso do computador de maneira adequada na rotina da criançada

INCLUSÃO DIGITAL Já na pré-escola é
importante garantir que os pequenos
tenham acesso à tecnologia
Mais sobre tecnologia
    É cada vez mais presente no discurso dos educadores a ideia de que computador na escola só se for para ser usado como ferramenta pedagógica a fim de proporcionar aprendizagens às crianças.
Porém, quando esse é o assunto no currículo da pré-escola, ainda existem muitas dúvidas - inclusive na cabeça dos pais. Será que a máquina é realmente útil ou, no fim das contas, acaba virando mais um brinquedo na mão dos pequenos?

NOVA ESCOLA consultou especialistas, que responderam a 13 perguntas sobre o tema para ajudar você a lidar com o assunto de forma prática e inteligente.

Por que os pequenos devem usar o computador?
Primeiro porque é papel da escola apresentar os elementos do mundo em que vivemos e ensinar como interagir com eles. Segundo porque, ao planejar trabalhos com o computador na pré-escola, o educador permite que a turma desde cedo acesse diversas manifestações da linguagem. "O importante é não esquecer de que a tecnologia tem de ser usada para expandir conhecimentos. Não vale usá-la de maneira gratuita", diz Maria Virgínia Gastaldi, formadora do Instituto Avisa Lá, em São Paulo.

Qual deve ser o foco do trabalho com as crianças?
Por ser uma ferramenta para ajudar na ampliação dos saberes (e não o objeto da aprendizagem), a máquina deve ser incluída na rotina para a realização de pesquisas na internet, o desenvolvimento de projetos ou para o uso de jogos que tenham como tema algum conteúdo que esteja sendo explorado no momento, dentre outras possibilidades (leia a sequência didática). Não faz sentido reservar um tempo para aulas de informática a fim de ensinar como usar o mouse ou identificar os símbolos. Enquanto praticam a escrita do nome próprio, por exemplo, todos aprendem a operar o aparelho.

É preciso garantir uma máquina para cada criança?
Não. O ideal é ter uma em cada sala. No caso de existir uma sala de informática ou então somente um aparelho na escola, os educadores têm de organizar um cronograma para garantir que todas as crianças tenham acesso. Assim, a atividade não será encarada como algo que ocorre raramente e, por isso, desperta ansiedade ou então se torna o centro das atenções da garotada. Porém, mais do que isso, a escola tem de se preocupar em integrar a tecnologia à aprendizagem, ou seja, fazer do computador um componente rotineiro para o grupo.

E o aluno que nunca teve acesso à informática?
Mesmo para essas crianças, não é necessário fazer uma apresentação formal. O educador é sempre a referência para a turma. Então, basta que, ao começar uma atividade qualquer, ele explique os objetivos e descreva o que está fazendo. A tecnologia faz parte da cultura e a escola é responsável por fazer com que a criançada tenha acesso a ela.  "Quem tem o recurso em casa leva para a escola novos elementos e compartilha com os colegas. Quem não tem adquire a chance de desenvolver as mesmas habilidades, passando a fazer parte do mundo digital", explica Camilla Duarte Schiavo Ritzmann, coordenadora pedagógica da Escola Santi, na capital paulista.

Os pequenos podem brincar com o computador?
Sim, desde que as brincadeiras não sejam passatempos, atividades que não se refletem em aprendizagens. O educador tem de eleger jogos e programas interativos que agreguem o trabalho com os conteúdos didáticos explorados na pré-escola.

Quais as características de um bom jogo online?
Tal como um jogo de tabuleiro, ele precisa desafiar os pequenos a colocar em cena seus conhecimentos, assim como apresentar novas informações para desafiá-los. Modelos que apresentam questões a serem respondidas e depois simplesmente revelam certo ou errado, sem justificativas, por exemplo, não são interessantes.

O educador precisa dominar informática?
Não, mas é imprescindível estudar antes o que vai ser apresentado para a criançada, tanto para saber se o material tem qualidade didática como para planejar os encaminhamentos. No caso do uso da internet para fazer pesquisas, é preciso cuidar para que a turma não acesse sites inadequados para a faixa etária ou pouco confiáveis, que podem fornecer informações de qualidade duvidosa.

Qual o tempo ideal de uso da máquina por dia?
Não existe uma medida-padrão. O importante é balancear essa atividade em relação a outras típicas da Educação Infantil, como a roda de leitura. Na sala da pré-escola da CMEI Nossa Senhora de Fátima, em Curitiba, o computador fica em um dos cantos, tal como o da cozinha, da leitura e dos jogos. "A intenção é justamente diversificar a oferta de possibilidades", explica a professora Joseana de Almeida Fonseca Fontoura.

Ter acesso à internet é fundamental?
Embora não seja obrigatório, é difícil conceber um computador que não esteja conectado à rede mundial hoje em dia. Ela é uma ótima fonte de pesquisa e o acesso está cada vez mais fácil para a população. No mais, a interação virtual é um aspecto que deve ser apresentado às crianças e estimulado. É muito enriquecedor mostrar a possibilidae de buscar informação em lugares que muitas vezes estão longe de onde a criançada vive.

É válido usar programas para desenhar?
Sim, para que a turma conheça outra forma de criar desenhos. "Porém um equívoco muito comum é imprimir os trabalhos", diz Silvana Augusto, formadora do Avisa Lá. É um gasto denecessário de material e, transferindo a produção para o papel, o educador limita as possibilidades de uso da máquina. Por exemplo, propor que as crianças alterem o material para usá-lo em outros projetos.

A tecnologia desestimula a leitura de livros?
Não deveria, já que se tratam de suportes diferentes, tal como a televisão e o rádio, e um não substitui o outro. É importante compreender que é preciso lidar com todas elas. Enquanto no computador a leitura pode ser complementada com recursos audiovisuais usados de forma interativa, com o livro, fica mais ao cargo do leitor interpretar o texto.

A aprendizagem da escrita à mão fica prejudicada?
Não, porém é tarefa do educador garantir que o trabalho com lápis e papel e com letras móveis ocorram também. Naturalmente, muitos adultos hoje não escrevem à mão com a mesma frequência de antes e essa deve ser uma tendência entre os pequenos. Mas como há situações em que a escrita de próprio punho não pode ser substituída (por exemplo, quando as crianças estão em um estudo de campo e precisam fazer anotações), é fundamental garantir essa aprendizagem. "A criançada precisa aprender todas as possibilidades da escrita para que possa escolher qual é a mais adequada para usar em cada situação", fala Silvana.

A troca mensagens eletrônicas deve ser estimulada?
Sim, porque é uma forma de comunicação real, tal como a carta. Porém, tem de ser uma atividade contextualizada (por exemplo, escrever um e-mail para indicar para os colegas de outra escola o livro que a turma leu recentemente, com a elaboração de uma resenha). O correio eletrônico também pode ser usado para contatar profissionais, como médicos e biólogos, que possam esclarecer dúvidas e ampliar conhecimentos da criançada.

Reportagem sugerida por 9 leitores: Aguinaldo Alves Moreira, Mogi-Guaçu, SP, Isabel Luzia, Uberlândia, MG, Juliano Prata da Silva, Rio de Janeiro, RJ, Lilian Aparecida Procópio, Paragominas, PA, Lilian Simas Machado, Tijucas, SC, Mary Elisa Rosa Romera, Dourados, MS, Nayara Missasse Borba, Ponte Segura, MG, Noemi de Oliveira da Silva, São Paulo, SP, e Simone Peroche, Rio de Janeiro, RJ

Como lidar com o cyberbullying?

Mesmo virtual, o cyberbulling precisa receber o mesmo cuidado preventivo do bullying e a dimensão dos seus efeitos deve sempre ser abordada para se evitar a agressão na internet. Trabalhar com a ideia de que nem sempre se consegue tirar do ar aquilo que foi para a rede dá à turma a noção de como as piadas ou as provocações não são inofensivas. ''O que chamam de brincadeira pode destruir a vida do outro. É também responsabilidade da escola abrir espaço para se discutir o fenômeno'', afirma Telma Vinha, doutora em Psicologia Educacional e professora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Caso o bullying ocorra, é preciso deixar evidente para crianças e adolescentes que eles podem confiar nos adultos que os cercam para contar sobre os casos sem medo de represálias, como a proibição de redes sociais ou celulares, uma vez que terão a certeza de que vão encontrar ajuda. ''Mas, muitas vezes, as crianças não recorrem aos adultos porque acham que o problema só vai piorar com a intervenção punitiva'', explica a especialista.

http://revistaescola.abril.com.br/crianca-e-adolescente/comportamento/bullying-como-evitar-cyberbullying-610554.shtml

O que é bullying virtual ou cyberbullying?

É o bullying que ocorre em meios eletrônicos, com  mensagens difamatórias ou ameaçadoras circulando por e-mails, sites, blogs (os diários virtuais), redes sociais e celulares. É quase uma extensão do que dizem e fazem na escola, mas com o agravante de que as pessoas envolvidas não estão cara a cara.
Dessa forma, o anonimato pode aumentar a crueldade dos comentários e das ameaças e os efeitos podem ser tão graves ou piores. "O autor, assim como o alvo, tem dificuldade de sair de seu papel e retomar valores esquecidos ou formar novos", explica Luciene Tognetta, doutora em Psicologia Escolar e pesquisadora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinhas (Unicamp).

Esse tormento que a agressão pela internet faz com que a criança ou o adolescente humilhado não se sinta mais seguro em lugar algum, em momento algum. Marcelo Coutinho, especialista no tema e professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), diz que esses estudantes não percebem as armadilhas dos relacionamentos digitais. "Para eles, é tudo real, como se fosse do jeito tradicional, tanto para fazer amigos como para comprar, aprender ou combinar um passeio."

domingo, 16 de outubro de 2011

Para entender os nativos digitais

Computadores, internet, videogames e telefones celulares são recursos que ainda assustam grande parte dos adultos. Para as crianças, no entanto, são absolutamente corriqueiros, tal como o telefone e a energia elétrica para a maioria de nós.O que é preciso saber para educar a geração(nativos digitais) que nasceu na era digital? Como usar as novas tecnologias da informação e comunicação no ponto de equilíbrio entre o temor e o deslumbramento? Por outro lado, é preciso ter cuidado para que o excesso na utilização das tecnologias não impeça a criança de se dedicar a uotras atividades, comprometendo seu desenvolvimento e sua socialização.
Autora: Adriane Kiperman Rojas(Revista Pátio)

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Renovar

Aprender sempre
A formação continuada não é moda passageira. Reflete o mundo cada vez mais veloz em que vivemos, que se renova a cada instante
Era uma vez um tempo em que as pessoas gastavam uma dúzia de anos na formação básica, mais metade disso numa faculdade quando chegavam lá e pronto, não precisavam estudar mais. Cada um começava uma carreira profissional para os 30 ou 40 anos seguintes. Esse tempo se acabou. Nunca houve tanta informação, tão rápida e tão disponível para tanta gente. Depois da internet, nos tornamos seres "informívoros".

Nesse admirável mundo que cabe na tela do computador, mesmo as instituições mais enraizadas sofreram abalos. "Antigamente a escola tinha a oferecer toda uma bagagem de conhecimentos que não podia ser adquirida de outra forma. Representava um valor único, não só do ponto de vista dos conteúdos, mas também de ascensão social", analisa Bruno Dallari, especialista em Ciência da Cognição do Departamento de Lingüística da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. "Hoje ela perdeu esse lugar e não pode mais repousar na especificidade de conhecimentos que só seriam conquistados lá."

Se a escola mudou, os alunos também. "O jovem de hoje é mais curioso e interessado do que o de antigamente, não desinteressado, como muitos dizem. Por ser menos ingênuo, ele questiona o professor. A maior oferta de informação também faz com que ele crie um percurso próprio na aquisição do conhecimento", afirma Dallari.

Espaço de improviso

Se a escola e os alunos mudaram, muitos professores seguem o mesmo caminho. Ana Rosa Abreu, que esteve à frente dos Parâmetros em Ação, do Ministério da Educação, compara o professor a um músico de jazz, que precisa saber improvisar. Mas destaca: só faz isso bem quem tem respaldo de estudo, leitura e planejamento e consegue trabalhar coletivamente. "Quanto mais o professor tematiza com seus colegas o que acontece na sala de aula, mais tem condições de lidar com questões inesperadas. Quando esses grupos se solidificam, muda a lógica interna. Por isso o ideal é trazer questões, não saber tudo. Só assim se cria a noção de que todos aprendem."

Um processo lento

Ana Claudia Rocha, coordenadora de projetos institucionais do Museu de Arte Moderna de São Paulo e consultora pedagógica do Sesi, trabalha com capacitação de professores em redes municipais há dez anos. Para ela, a formação continuada só se torna eficiente quando é permanente. "No primeiro ano não é possível enxergar nada de novo. Em São Caetano do Sul, por exemplo, 650 educadores da rede vêm se capacitando há seis anos e só agora vemos resultados expressivos, pois eles estão mudando de fato sua prática", destaca.

Para exemplificar a lentidão desse processo ela costuma usar dois textos escritos pela mesma professora sobre o dia-a-dia da sala de aula. A evolução na capacidade de escrever, na solidez dos conceitos e na gama de soluções é evidente de um texto para outro. O segundo parece até obra de outra pessoa. Uma aprendizagem que durou cinco anos. "A maioria das pessoas acha que a mudança se dá em oito meses, um ano, no máximo dois anos. Doce ilusão", diz Ana Claudia.

Ou seja, os próprios professores esperam de si uma competência impossível de ser alcançada a curto prazo. Junte problemas na formação inicial, a insegurança natural na hora de testar novos caminhos e descontinuidades administrativas para perceber que não é numa imersão de fim de semana que o professor renova sua prática.

As teorias construtivistas da aprendizagem mostram que o conhecimento consiste numa reestruturação de saberes anteriores, mais que na substituição de conceitos por outros. A passagem de uma didática centrada na transmissão do conhecimento para outra baseada na sua construção não nasce de um dia para o outro.

Por isso, tão importante quanto formar um grupo na escola e começar a estudar é aliar paciência e persistência. Até porque não há razão para ter pressa quando entramos numa estrada que nunca termina.
 Revista Nova Escola


quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Uso de simuladores para o ambiente educacional.

O uso de simuladores educacionais vem evoluindo significativamente nos últimos anos. O que antes era somente imaginado na teoria hoje pode ser vivenciado nas condições praticamente reais através de simuladores físicos e virtuais. O SENAI desenvolve simuladores educacionais para diversos segmentos industriais visando a melhoria da prática profissional e a eliminação de barreiras operacionais

Fonte: http://conecta2011.firjan.org.br/site/component/k2/item/3-uso-de-simuladores-para-o-ambiente-educacional.html

Postagem inicial

Olá,  pessoal!
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